terça-feira, 16 de novembro de 2010

FEMINISMO

El movimiento de mujeres, son las malas obras que tratan de revertir la orden divina, que el hombre es el proveedor del hogar y la mujer que cuida de la casa, los niños y la familia. El concepto divino es considerado machismo, pero Dios en su sabiduría tiene sus razones, y el hombre no tiene más sabiduría que Dios. Al final de la historia, vemos que Dios tenía razón. El gobierno eclesiástico y secular debe estar a cargo de los hombres.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MARIO BUNGE





Bunge: 'En la Argentina no hay discusión sobre principios políticos'
21.03.2010 | Ricardo Carpena entrevistó al filósofo, en tres minutos, para el suplemento Enfoques

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

NICOLAU MAQUIAVEL

Este filósofo é considerado o pai do ABSOLUTISMO, leia um pequeno trecho do livro O PRÍNCIPE:




DE QUE MODO SE DEVAM GOVERNAR AS CIDADES
OU PRINCIPADOS QUE, ANTES DE SEREM OCUPADOS,
VIVIAM COM AS SUAS PRÓPRIAS LEIS
(QUOMODO ADMINISTRANDAE SUNT CIVITATES
VEL PRINCIPATUS, QUI ANTEQUAM OCCUPARENTUR,
SUIS LEGIBUS VIVEBANT)
Quando aqueles Estados que se conquistam, como
foi dito, estão habituados a viver com suas próprias
leis e em liberdade, existem três modos de conserválos:
o primeiro, arruiná-los; o outro, ir habitá-los pessoalmente;
o terceiro, deixá-los viver com suas leis,
arrecadando um tributo e criando em seu interior um
governo de poucos, que se conservam amigos, porque,
sendo esse governo criado por aquele príncipe,
sabe que não pode permanecer sem sua amizade e
seu poder, e há que fazer tudo por conservá-los. Querendo
preservar uma cidade habituada a viver livre,
mais facilmente que por qualquer outro modo se a
conserva por intermédio de seus cidadãos.
Como exemplos, existem os espartanos e os romanos.
Os espartanos conservaram Atenas e Tebas,
nelas criando um governo de poucos; todavia, perderam-
nas. Os romanos, para manterem Cápua, Cartago
e Numância, destruíram-nas e não as perderam;
quiseram conservar a Grécia quase como o fizeram
os espartanos, tornando-a livre e deixando-lhe suas
próprias leis e não o conseguiram: em razão disso,
para conservá-la, foram obrigados a destruir muitas
cidades daquela província.
É que, em verdade, não existe modo seguro para conservar
tais conquistas, senão a destruição. E quem se
torne senhor de uma cidade acostumada a viver livre
e não a destrua, espere ser destruído por ela, porque
a mesma sempre encontra, para apoio de sua rebelião,
o nome da liberdade e o de suas antigas instituições,
jamais esquecidas seja pelo decurso do tempo,
seja por benefícios recebidos. Por quanto se faça e se
proveja, se não se dissolvem ou desagregam os habitantes,
eles não esquecem aquele nome nem aquelas
instituições, e logo, a cada incidente, a eles recorrem
como fez Pisa.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

¿QUÉ ES UN FILÓSOFO?

LOS FILÓSOFOS son hombres que hacen del pensar un oficio, que tratan de vivir de eso. En realidad tiene sus ventajas como profesión, pues no cansa: se puede trabajar tendido en la playa o sentado en un bar. Pero se gana poco. Para ser filósofo hay que estar cesante o ser millonario.

Pero no se crea que los filósofos pueden pensar en cualquier cosa. Nada de eso. Sus pensamientos tienen que referirse a Problemas de la Filosofía. ¿Y ésta qué es? Ardua tarea sería explicarlo, así es que nos limitaremos a señalar la etimología de esa palabra. Filosofía deriva de las raíces griegas “filo”, que significa “amante” y “sofía”, esto es, “Sofía”. En este caso, como en tantos otros, el origen etimológico no es suficiente para aclarar el concepto, pero algunas luces da.






A continuación veremos quiénes han sido y qué han hecho esos hombres que, parodiando la máxima que dice: “Primero hay que vivir y después filosofar” (Primum vivere, deinde, filosofare), han creado, esta otra: “Primero hay que filosofar y después trabajar” (Primum filosofare, deinde pelare il ajum).
(Texto del documento: Los escandalosos amores de los filósofos)

FÍLON

Filón


Filón, nacido entre el 25 y el 13
a.C., murió ciertamente después
del 40 d.C., y vivió y trabajó en
Alejandría. De él quedan muchas
obras, escritas en griego, dirigidas
a los judíos alejandrinos más cultos.


El interés de Filón es ante
todo comentar y explicar la Biblia,
y luego relacionar el judaísmo con
la filosofía griega, dándole un
fundamento racional. La
propuesta de Filón va dirigida al
mundo helenístico intentando
hacer aceptable la fe judía; pero
sobre todo se dirige al judaísmo,
al que se le invita a no
considerarse en absoluto inferior
al mundo griego.




La filosofía de
Filón y su método alegórico de
interpretar la Biblia ejercerán
grandísima influencia también en
el cristianismo, particularmente en
la que se llamará escuela
alejandrina
(FUENTE: C.E.T. TENERIFE SEMINARIO DIOCESANO LA LAGUNA – INSTITUTO SUPERIOR SAN AUGUSTÍN)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

COMPARANDO O HOMEM MEDIEVAL E O DE HOJE








Respondendo a pergunta: A busca pelo conhecimento na Idade Média tinha um sentido diferente da que tem hoje?
Respondo que em em parte sim, pois o homem medieval tinha um interesse maior em buscar o conhecimento espiritual, desde o começo até o fim da Idade Média as discussões teológicas foram amplamente discutidas em concílios e sínodos e que acabaram provocando a Cisão da Igreja Oriental Grega e no Fim da Idade Média, a Reforma Protestante. No campo das demais ciências e artes a Igreja Católica colocava muito obstáculos o que impossibilitou o florescer destes saberes.

O homem é um curioso por natureza, e por isso digo que na Idade Média como na atual o homem tem interesse em saber as coisas, como são e como funcionam. O que favorece hoje a pesquisa é que além de não ser impostas barreiras estatais e religiosas, ainda existe a espectativa de uma boa recompensa financeira e prestígio para aqueles que fazem descobertas ou invenções.

sábado, 10 de abril de 2010

AS ORIGENS DO PENSAMENTO GREGO

Sobre as origens do pensamento grego
Novembro 9, 2008 por Rudinei Borges

Aristóteles


Por Rudinei Borges

“De fato, é no plano político que a razão, na Grécia, primeiramente se expandiu, constitui-se e formou-se. A experiência social pode tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos.” Jean-Pierre vernant


1. INTRODUÇÃO

O ensaio de Jean-Pierre Vernant As origens do pensamento grego analisa o contexto histórico do nascimento da filosofia, acontecimento que marcou decisivamente a história da cultura ocidental.

Apresentaremos as principais idéias defendidas pelo autor nos oito capítulos que compõem o ensaio. Vernant verifica inicialmente a situação histórica da Grécia desde a chegada dos primeiros invasores, a formação das primeiras tribos, a tomada de Creta, a adoção do sistema palaciano e a edificação da supremacia real. Em seguida, comenta a relevância desses acontecimentos na formação da polis, a prática da política, a ágora como centro da cidade, o nascimento da Filosofia e a cosmologia. Vernant traça, portanto, os elementos que propiciaram e influenciaram o surgimento do pensamento filosófico na Grécia Antiga.


2. QUADRO HISTÓRICO

Ao invadirem a península onde iriam edificar a Grécia como é conhecida na idade histórica os gregos já encontraram o território ocupado por grupos fortemente influenciados pela cultura cretense e egípcia, etc. Os invasores, provavelmente de origem indo-européia, divididos em tribos, penetram separadamente na Hélade. Uma das primeiras tribos gregas a fixar-se no território helênico foi a dos aqueus ou micênicos. Fala essa população nova um dialeto grego arcaico e representa a rotura com a fase anterior; é, pois, possuidora de elementos novos e diferentes, como casas, sepulturas, machados de guerra, armas de bronze, utensílios, cerâmica, etc.

A invasão da Hélade é acompanhada de outras invasões ao redor do Mediterrâneo. A Ásia Menor, por exemplo, é invadida pelos hititas. É significativo que o povo de Tróia, cidade rica, tem algumas características estreitas aos invasores da Grécia, os mínios. Fabrica-se em Tróia a mesma cerâmica fabricada pelos mínios gregos, além de utilizar um processo similar. Os aqueus tinham um interesse pela região da Tróade, em particular pela fama de seus cavalos. Ambos conheciam o cavalo e deviam tê-lo domesticado em um momento anterior à vinda para a Grécia. Mais significativo ainda é que o cavalo terá um papel decisivo na expansão dos micênicos. Sua relevância está na sua serventia para fins militares, além de desempenhar um sentido mítico para os primeiros helenos. Representa elemento úmido, águas subterrâneas, mundo infernal, fecundidade, trovoada, tempestade.

A domesticação do cavalo e seu uso para fins militares devem, possivelmente, ter possibilitado aos micênicos a técnica do uso do carro em guerras. Documentos encontrados nos túmulos da cidade de Micenas traçam a figura de um guerreiro de pé em seu carro puxado por cavalos a galope em cenas de batalha ou de caça. O uso do carro intensificou a dedicação especial às atividades guerreiras e sua concentração em grande escala nos campos de batalha, decerto, exigiu uma autoridade que coordenasse esse trabalho. Tal autoridade é única e os homens dos carros são a ela submetidos. Supõe isso um Estado centralizado, extenso e poderoso.

Os aqueus pouco a pouco tiveram contatos com Creta, civilização desenvolvida cuja vida girava em torno do Palácio, e quando estavam suficientemente fortes atacaram-na e apoderaram-se dela. O uso do carro puxado por cavalos foi determinante. Como a civilização cretense era superior os micênicos acabaram por ser influenciados por ela, o que resultou numa cretização dos aqueus. Dessa forma a civilização cretense modificou-se, adaptou-se e sobreviveu, deixando salvo, também, sua orientação dos grandes reinos do oriente. As escavações recentes evidenciam a semelhança entre os palácios cretenses e os das proximidades da Mesopotâmia. A península grega e o mundo Egeu estavam ligados como povoação e como cultura. Forma-se, portanto, uma civilização cipro-micênica, em que os elementos minóicos, micênicos e asiáticos estão estreitamente incorporados. Dispõe de uma escrita derivada, como o silabário micênico, do linear A.

3. A REALEZA MICÊNICA

Os aqueus, em pleno desenvolvimento, superam os cretenses e estabelecem o Reino Micênico, com isso absorvem o sistema palaciano já desenvolvido em Creta; edificado, porém com estruturas notavelmente diferentes. O sistema palaciano da civilização aquéia é impressionante por sua força: trata-se de cidadelas cercadas por diversas muralhas, cujo solar tem no centro uma sala retangular chamada mégaron e a sala do trono. É o centro do poder , abrigando ao lado os chefes militares, os familiares do rei e os funcionários do palácio. Sua função militar é defensiva, pois preserva o tesouro real. O palácio cretense, por sua vez, apresenta uma divisão desordenada de compartimentos ao redor de um pátio central. É indefeso, por ser construído em nível igual à região circunvizinha cercadas de estradas em direção. Essas diferenças ilustram a supremacia do palácio no Reinado Micênico e o poderio de sua interferência.

O palácio atinge em todos os âmbitos a vida do povo aqueu: do setor econômico ao religioso, do político ao militar. Gerando, entretanto, constante dependência. São nele estocados jóias, taças, tripés, caldeirões, peças de ouro, armas trabalhadas, barras de metal, tapetes, tecidos bordados. Coordena a encomenda de armas, o equipamento dos carros, o recrutamento de homens para as batalhas que reino terá. Em torno dele são efetuadas as relações comerciais. Os produtos, os trabalhos e os serviços eram trocados entre si por seu intermédio. Oficializa casamentos, cria obrigações de serviço, recompensa serviçais,etc. O palácio conduz o reino para onde quiser.

O sistema palaciano micênico firma a figura soberana do anáx, do rei, que é chefe administrativo, religioso político, enfim comandante de todas as tarefas do reino, concentrando em sua pessoa todos os elementos do poder, todos os aspectos da soberania. Ordena o calendário religioso, vela pela observância do ritual, pela celebração das festas em honra dos diversos deuses, determina sacrifícios, as oblações vegetais, as taxas das oferendas exigíveis de cada um, segundo sua classe. A função religiosa do anáx se cristaliza como forma mítica. Ele é o senhor da fertilidade, senhor do tempo, mágico, Rei Divino.

O controle e regulamentação de todas as atividades sociais e setores econômicos pelo monarca são garantidos pelos escribas e por outros dignários. Os escribas sabem e tem domínio de todos os fatos e acontecimentos do reino, contabilizam a produção, os serviços especializados, as encomendas, até a mão-de-obra disponível e ocupada, as contribuições impostas aos indivíduos ou grupos, o movimento das atividades militares, os sacrifícios aos deuses, as taxas previstas pelas oferendas. Possuem um relatório completo de tudo interessa ao anáx. Todos os funcionários têm uma relação direta e pessoal com o monarca, isto é, uma relação direta de submissão, que os faz divulgadores do poder absoluto do rei em toda parte do reinado. Garante, também, o poder do anáx, uma aristocracia guerreira, os homens dos carros, que por sua relevância são privilegiados com estatuto e gênero de vida próprio.

Ficam fora dessa organização palaciana os aldeães, os moradores das comunidades rurais, os agricultores e os pastores. Findado a soberania do monarca prosseguiram a trabalhar as mesmas terras utilizando as mesmas técnicas de agricultura. Não mantinham uma relação tão absoluta de submissão ao sistema. Com a invasão dos Dórios o continente grego romperá a relação com o Oriente, o Mediterrâneo deixará de ser símbolo de expansão, desaparecerá a escrita, o rei e o sistema palaciano desaparecerão completamente, e retornará a uma forma de economia puramente agrícola.

4. A CRISE DE SOBERANIA

O monarca na civilização micênica centralizava todo o poder, era senhor absoluto e tomava todas as decisões do reino, dominando-o em todos os âmbitos. Com a invasão dórica o anáx não tem mais poder de controle, de harmonizar a vida dos aqueus com o serviço dos escribas e demais funcionários da realeza. Agora, em tempos homéricos, há lado a lado duas forças opostas. A primeira é a aristocracia guerreira, cujas famílias mais ricas possuem terra e monopólios religiosos. A segunda é as comunidades rurais, formada por agricultores e pastores. O conflito violento entre essas duas forças possibilitará a alvorada de um momento de desorganização, de reflexão moral e de especulações políticas. Isso vai determinar um primeiro modo de “sabedoria” humana; bem longínquo, desde o princípio, da concepção aquéia do anáx absoluto.

Tais especulações políticas terão a condição de debate de oratória (agón), choque de argumentos em praça pública (ágora). Vai caracterizar a rivalidade relações de igualdade e ela não existirá se não for entre iguais. Coopera para uma noção diferente de poder essa nova maneira de pensar da aristocracia guerreira da Grécia. Pode-se falar de um espírito de igualdade, diferentemente do estado de submissão própria do sistema palaciano.

Não tem por objeto a phisis esse primeiro modo de “sabedoria” humana, o mundo dos homens, contudo. Interroga que forças o dividem contra si mesmo, Como harmonizá-las e unificá-las para que de seu conflito surja a ordem humana e da cidade, e que elementos o compõem.

Transformações sociais como modificações na língua, no vocabulário são importantes para esse novo pensamento. O vocabulário dos postos, títulos, funções militares some quase por completo. A metalurgia do ferro sucede à do bronze, a decoração da cerâmica excluem os elementos da tradição mítica anterior. Do passado separado do presente, do mundo dos vivos separado do mundo dos mortos toma consciência o homem. O significado de comando (arché) se separa da função real (basiléia), definindo uma realidade política. O comando é todo ano modificado, a escolha perpassa pela confrontação e pela altercação. As próprias lendas de Atenas, único ponto da Grécia em que resquícios da época micênica perduraram, revelam uma arché em decadência, dividida, não pondo mais em destaque um personagem único que domina a vida social.

Tudo o que sugeria de centralização política e administrativa a técnica do carro apagou, porque a imagem do cavaleiro é, agora, associada ao valor do combate, o brilho do nascimento, a riqueza de bens de raiz e a participação de direito na vida pública. Passa a cidade definitivamente a ser polis quando o palácio deixa de ser o seu centro e a Ágora, espaço comum, onde são debatidos os interesses da população, os interesses do público, torna-se o novo núcleo.

5. O UNIVERSO ESPIRITUAL DA POLIS

Não mais preservados como garantia de poder ou como particularidade da tradição familiar os assuntos da vida comum, os conhecimentos, os valores, as técnicas mentais são levadas ao novo centro da cidade: a Ágora, a praça pública. Tornam-se, no entanto, causa de análises, tomada de posição, debates e interpretações. Esse fenômeno instaura uma maneira diferenciada de relação entre os homens, o que é inédito e original, e garante à cidade a condição de polis na definição íntegra do termo.

Frente a essa realidade, em que a vida do grego é levada a público, tornar-se-á a palavra por excelência instrumento político. Da autoridade do Estado, do meio de comando e domínio será a arma principal. É a palavra o encontro das contradições, a argumentação, o debate. Exige a peithó, a persuasão, assim aquele que melhor persuadir, apresentando melhores argumentos vencerá. A arché, o comando, dependerá da palavra, da persuasão, do debate entre opostos. O logos assume uma função política, fazendo aparecer na linguagem, na oratória, elementos de demonstração, análise e argumentação.

A polis, de fato, começa a existir desde o momento em que o público opõe-se ao privado e A certos processos secretos passam a ser praticados abertamente. A vida social é vista às claras, fica mais perceptível. Ganha, com isso, publicidade e divulgação. Leva à análise e avaliação o conjunto de condutas, valores, conhecimentos e técnicas tidos como verdadeiros. A escrita _ não mais como especialidade dos escribas, porém como bem comum de todos os cidadãos _, terá quase o mesmo valor da palavra falada o que permitirá no plano intelectual uma intensa divulgação da vida social da polis. Anaximandro e Ferecides, por exemplo, tornaram públicos seus saberes por meio de livros. As sabedorias ao serem escritas e divulgadas deixam de ser segredos, passando a ser verdades conhecidas, ainda que não sejam acessíveis a todos. Outro fator relevante é que quando escritas as leis da cidade elas passam a ser conhecidas e aplicadas a todos da mesma forma.

Cria determinada união na polis a visão que por mais diferentes que sejam os indivíduos que a compõem há entre eles uma certa semelhança. Essa visão fomenta a necessidade da isonomia: igual participação de todos no exercício do poder. Resultará no valor plenamente democrático, oposto ao poder absoluto de um só, a arché reservada a um pequeno grupo. A própria função militar deixa de ter e ser privilégio. O valor do soldado é o mesmo do cidadão, tem ele lugar formação militar e na organização política da cidade.

É com muitas resistências que a vida social adquire publicidade completa. Ao serem levados para o templo os símbolos religiosos perdem sua eficácia e poder, porque se tornam meras “imagens”, podendo ser visto por qualquer cidadão. Tal publicidade dos antigos sacras, antes escondidos e conservados como talismãs de poderio, não representa o fim das práticas religiosas secretas e privadas no universo da polis. É comum no período clássico muitas cidades colocarem sua salvação na posse de relíquias secretas, como ossadas de heróis em túmulos distantes do conhecimento do público. Essas relíquias davam poder aos magistrados qualificados, pois serviam de garantia da ligação deles com o mundo sobrenatural.

Logo a filosofia ao nascer na polis terá uma posição repleta de ambigüidade. Ora estará no debate contraditório da Ágora, na vida pública, revelando-se como preparação para o exercício do poder na cidade; estará disponível a cada cidadão, com aulas pagas. Ora se organizará secretamente como as seitas em confrarias fechadas, retirar-se-á do mundo, desejando instaurar uma nova cidade, privando a sabedoria e buscando a salvação na contemplação.

6. A CRISE DA CIDADE. OS PRIMEIROS SÁBIOS

Ao voltar sua economia prioritariamente para o exterior, tomando o mar como meio de expansão comercial, as cidades gregas adentram uma etapa de forte crise. A agricultura é destinada a produção de culturas mais lucrativas que podem ser exportadas e trocadas como vinha e oliveira. Essa conjuntura não deixa de favorecer no plano religioso e moral uma discussão em torno dos valores vividos pelos gregos. A economia marítima possibilita o resgate dos contatos com o Oriente e o mundo oriental não influencia somente a cerâmica e ornamentações, mas os costumes, o gosto pelo luxuoso, pelo requintado inspira a aristocracia grega. A riqueza aristocrática serve de elemento de prestígio e poder, com a união do valor guerreiro e as qualificações religiosas. As terras passam a ficar concentradas nas mãos de poucas, enquanto os agricultores são avassalados, resumindo-se apenas em sesmeiro.

São os sábios que contribuem para o novo quadro de noções fundamentais da nova ética grega gerado pelas discussões nesse momento de crise da polis. Eles criam leis, trabalham pela organização da cidade. Possuem eles a sabedoria suprema. Surge daí a famosa lista dos Sete Sábios. O papel social e político atribuído aos sábios, permitem aproximá-los, ainda que não tenham pensamento comum. Os sábios discutem os problemas da ordem e desordem do mundo humano, inventando até as virtudes dos cidadãos.

Em um período em que as relações sociais aparecem marcadas pela violência, pela astúcia, enfim, pela injustiça qualquer crime deixa de ser motivo de vingança privada, transformando-se em causa de repressão judiciária. O assassino não é mais julgado apenas pelos parentes da vítima, é colocado, porém, à vista de todos os moradores da cidade. Nasce, entretanto, o direito. Surge carregado de um sentimento religioso, retratando a sensibilidade do grupo frente as violências. Retrata o grupo comprometido com seus interesses comunitários, assim toda ameaça individual é coletiva. Nesse contexto deve o sábio, agora, juiz trazer à luz a verdade, exigindo o relato dos fatos, testemunhas, demonstração, reconstrução, provas concretas, etc.

Atua em muitos planos o esforço pela renovação. É ao mesmo tempo religioso, jurídico, político e econômico. O mago invoca como poder divino, nomóteta, uma regra superior: a Dike, a busca do equilíbrio, estabelecedora da divisão eqüitativa dos cargos, das honras, do poder entre os cidadãos e grupos que compõe a sociedade grega. Vão se inserir mais diretamente na realidade social as aspirações da comunidade, guiando um projeto de legislação e de reforma. Modificará a vida pública, incorporando a organização política e a instituição judiciária.

7. A ORGANIZAÇAO DO COSMO HUMANO

A virtude, a areté, vai tomando um significado diferente do que tinha antes com o desenrolar dos acontecimentos na Grécia. O temor da impureza, encontra seu mais forte apogeu no sentido religioso, em que o cidadão não queria ter nenhum contato com sangue. Isso explica que não cooperou somente a efevercesncia religiosa para o advento do Direito; fomentou, contudo, um esforço de reflexão moral baseado em orientações políticas. Definiu-se a areté, virtude, como
oposto a tudo que representasse como comportamento e forma de sensibilidade. Não tem mais seu aspecto guerreiro tradicional. Essa visão perpassa os agrupamentos religiosos. É fruto a virtude de uma disciplina severa, de um controle severo para escapar do prazer, das injustiças do mundo.

Ao firmar-se essa forma de pensar a virtude elimina todos os valores da aristocracia, vai levantar o ódio e divisões na polis. Levará a sociedade da Grécia à fatalidade o desejo incontrolável pela riqueza. Não se trata da riqueza econômica, mas de reflexão moral e ética. A classe média, por sua vez, é que assume o papel de restabelecer o equilíbrio entre as opostas noções de virtude.

A verdade que nasce no céu, nas alturas, portanto divina, adquire o sentido terreno, ao descer a terra e estabelece a Ágora como local central de sua exploração. A verdade é submetida a argumentações e discussões. Doença-cura, loucura-saúde, impureza-purificação comporá um conjunto, o cosmo humano sem diferenciação, um jogo de contraste. Pela forte busca de moral utilizando a música, a poesia, à dança, os ritos purificatórios e os choques propiciarão o surgimento do equilíbrio desejado.

O mundo social da cidade tomará forma de um cosmo circular, centralizado no cidadão semelhante a todos os outros, criando um espaço cívico. A virtude está presente em todos os cidadãos, presente em todos os espaços da vida pública.

8. COSMOGONIAS E MITO DE SOBERANIA

Pensadores como Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes introduzem um novo modo de reflexão em relação à natureza, da origem do mundo, de sua composição, de sua ordem, dos fenômenos meteorológicos, sugerem explicações livres das teogonias e cosmogonias antigas. É com essa discussão que nasce a filosofia na Grécia, sinalizando o declínio do pensamento mítico. É em Mileto na Jônia o palco do advento desse novo saber, um saber racional.

Da origem do mundo, de sua composição, de sua ordem, dos fenômenos meteorológicos, propõem explicações livres de toda a imaginação e dramática das teogonias e cosmogonias antigas. As grandes figuras das potências primordiais já se extinguiram; nada de agentes sobrenaturais cujas aventuras, lutas, façanhas formavam a trama dos mitos da gênese que narravam o aparecimento do mundo e a instituição da ordem; nem mesmo alusão aos deuses que a religião oficial associava, nas crenças e no culto, às forças da natureza.
Entre os físicos da jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis que põe em jogo, por toda parte, a mesma força, manifestada a mesma potência de vida.

O nascimento da filosofia é causa de controvérsias. Seu aparecimento é tão imediato que se fala até em milagre grego. Os gregos de modo absolutamente original e espontâneo criaram a filosofia. Tal tese está sujeita a preconceitos e equívocos. Contrapondo-se outros afirmam que a filosofia está próxima aos mitos antigos. É mais semelhante à construção mítica do que um sistema ordenado, demonstrativo e argumentativo.

Está claro que a cosmologia nascente delongou os temas fundamentais dos mitos e cosmogonias. Interroga igual ao mito: como a ordem, como o cosmo pode surgir do caos. A influencia dos povos orientais ajuda a compreender tal contribuição nesse processo de transição do pensamento mítico à filosofia. Homero e Hesíodo apresentam uma discussão da ordem do cosmo com o mito, o fracasso da soberania, a limitação do poder real, a liberdade do culto coloca a gênese do mundo de maneira mais independente.

No mito grego e no mito oriental a origem do mundo está integrada a uma epopéia real, as gerações dos deuses e as diversas potências sagradas. Exaltam o poder de um deus que reina sobre todo o universo; falam de seu nascimento, seus combates, sua vitória. O rei influencia até nos fenômenos naturais.

O filósofo não se contenta nem se limita em sua análise de physis a utilizar o vocabulário e as alusões do mito. A origem do mundo se transforma numa questão debatida publicamente. Os físicos ignoram o mito, suas pesquisas são diferenciadas dos cultos ligados ao mito. Em princípio a filosofia a filosofia usa elementos do mito, porém modificam intimamente a imagem do universo. As teogonias e cosmologias não relatam apenas a gênese do mundo, os mitos de soberania, entretanto.

9. NOVA IMAGEM DO MUNDORompe a obra de Anaximandro com o estilo poético das teogonias; inaugura,pois, um novo gênero literário e nele se encontra claro com maior veemência um novo esquema cosmológico que marcará de maneira profunda e durável a concepção grega de universo. Contribui a obra desse filósofo para medir a amplitude da revolução intelectual ocorrida na Grécia, quer pelo vocabulário e pela importância da arché.

Essa reconstrução genética explica a formação de uma nova ordem que se encontra agora projetada num quadro espacial. Tem importância decisiva para o desenvolvimento da ciência na Grécia a desenvolvida astronomia na babilônica. É, pois, o aspecto geométrico, não mais aritmético que os jônicos situam no espaço a ordem do cosmo, representam a organização do universo, as posições, as distâncias, as dimensões dos movimentos dos astros, segundo esquemas geométricos. É com a geometrização do universo físico que consagra o advento de uma forma de pensamento, de uma explicação sem analogia do mito.
Em um espaço sistematizado constituído por relações puramente geométricas, tudo está dito, tudo está claro que Anaximandro, situa o cosmo. Caracteriza ao cosmo sua estrutura geométrica uma organização de tipo oposto àquela que o mito lhe atribuía. O que caracteriza a nova ordem da natureza é a igualdade e a simetria dos diversos poderes constituídos ao cosmo.
Recusa atribuir à água, ar ou qualquer outro elemento particular a dignidade da arché Anaximandro, opondo-se a Tales e Anaxímenes. Consiste a ordem na manutenção de um equilíbrio entre as potências. Não é mais hierárquica. Sem que nenhuma delas tenha domínio definitivo sobre as outras (o que ocasionaria a ruiva do cosmo), propõe harmonia entre forças iguais.
10. AS ORIGENS DO PENSAMENTO GREGO
A história da Grécia Antiga é marcadamente caracterizada por constantes invasões, contato direto com o Oriente, fases de desenvolvimento e retrocesso. Esses fatores desencadearam no surgimento do pensamento filosófico. A Filosofia se opôs, afirma Vernant, às formas sobrenaturais, fantasiosas que o mito usava para explicar o mundo. Também a Filosofia, como atividade política, questionava e buscava pelo logos, a verdade – o pensamento demonstrado e comprovado, .
A queda do sistema palaciano herdado dos cretenses, mas que ganhou uma forma própria no Reino micênico, é decisivo para a quebra do equilíbrio farsante do anáx, o rei. O soberano como senhor absoluto era responsável e dominava todos os setores da vida social do povo. Isso com apoio dos seus subordinados diretos: os escribas, funcionários reais, etc. que expandiam os seus desejos por todo o território do reinado. Gerou a queda desse sistema em que era o palácio o centro o embate completivo entre a aristocracia, rica e dona das terras, com os aldeães, pobres e trabalhadores da terra. Meio aos conflitos desses grupos opostos surgirá os primeiros sinais de discussão, debate, enfim de política.
E é, pois, na cidade que a atividade política tomará a vida dos cidadãos quando a palavra se torna arma poderosa nas decisões da vida social. Passa a Ágora, a praça pública, a ser o grande centro da polis. Nela são debatidos, discutidos os assuntos de interesse popular, agora, expostos às claras, longe dos mistérios e segredos. É na praça pública com a prática da política, da persuasão, da retórica que nasce as primeiras formas de sabedoria: a filosofia.
As primeiras indagações filosóficas estão voltadas à natureza e à origem do mundo. Tratando-se de uma análise cosmológica do mundo, como a que fez Tales de Mileto na Jônia. A física se distanciará do mito, preocupando-se com uma análise sistemática e sem interferências religiosas.
Os primeiros sábios tiveram papel importante para o andamento da cidade, com a elaboração das leis, com a discussão de valores éticos e morais. Os primeiros saberes escritos foram tomados como verdade, porque procuravam sistematizar o conhecimento abordado. A Filosofia, então, obtêm significativa divulgação e alcance de público.
Na verdade, a filosofia nasceu meio ao embate de idéias opostas. A cada idéia buscava chegar à verdade por meio da argumentação e organização do pensamento. Seu advento foi, portanto, o ambiente de participação política de todos os cidadãos – a democracia.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de psicologia histórica. Tradução de Haiganuch Sarian. São Paulo: Difusão Européia do Livro, Editora da Universidade de São Paulo, 1973.
______. As origens do pensamento grego. 7. ed. Tradução de Ísis Borges B. da Fonseca. São Paulo: Bertrand, 1992.
In: < http://filosofiaevertigem.wordpress.com/2008/11/09/sobre-as-origens-do-pensamento-grego/>. Acesso em 04/10/2009.

domingo, 28 de março de 2010

O QUE É O MARXISMO?

Muito teria que falar sobre o marxismo, que de longe ultrapassa o campo das doutrinas econômicas. O marxismo se auto-proclamou algo muito mais além do que mera interpretação econômica da sociedade, Vejamos alguns conceitos sobre o marxismo segundo vários escritores:


MARXISMO E ECONOMIA

Em sua obra O Capital ? Marx, descreve o sistema capitalista, sua evolução e suas transformações e prevê uma grande crise, uma espécie de catástrofe geral da economia capitalista. Essa falência do capitalismo ocorreria primeiramente nos países mais industrializados da Europa. Contrariamente, a previsão marxista veio a triunfar na Rússia e na China, países com economia essencialmente rural http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_2476.html


MARXISMO É RELIGIÃO

Os marxistas se baseiam no materialismo filosófico que nega a existência de qualquer ser sobrenatural ou de algo externo à natureza.
http://www.marxist.com/marxismo-religiao-socialismo.htm

Se a religião é o ópio do povo, como Marx dizia, o marxismo é o crack. Seus seguidores – e eles são muitos ainda, principalmente entre os intelectuais – precisam desprezar o uso da razão para manter a fé dogmática no marxismo. Não foi a razão que falhou nas idéias de Marx. Foi a falta dela, necessária para salvar a religião dogmática que é o marxismo. http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/05/religio-marxista.html


MARXISMO É “CIÊNCIA” E POLÍTICA

Um amigo censurou-me por escrever demais sobre marxismo, que para ele não passa de uma síntese de idéias bolorentas e ultrapassadas, cujo resíduo de influência nos assuntos atuais é desprezível. Discordando desse juízo, fiquei tentado, modestamente e salvo melhor juízo, a pôr no papel minhas impressões sobre essa corrente política para só então contraditar o argumento. Preliminarmente, é preciso definir marxismo. Segundo Marx e seus seguidores, o marxismo é filosofia, ciência e receita para a ação política.
http://www.endireitar.org/site/artigos/marxismo/197-a-atualidade-do-marxismo

O MARXISMO É FILOSOFIA

O Marxismo é o conjunto de idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marxismo






MARXISMO É VAGABUNDAGEM

Provavelmente, seu rancor refletia uma frustração em possuir certas potencialidades mas ser incapaz de exercê-las de forma mais efetiva. Marx levou uma vida boêmia e ociosa durante sua juventude. Mostrou uma enorme incapacidade de lidar com dinheiro, gastando sempre muito mais que recebia, tendo que parasitar nos familiares e amigos ou recorrer aos agiotas. Isso pode estar na raiz de seu ódio ao sistema capitalista e também seu anti-semitismo, já que os judeus praticavam normalmente a usura. Ele pegava dinheiro emprestado, gastava de forma insensata, e depois ficava nervoso com a cobrança. Passou a ver os juros como um crime contra a humanidade, uma exploração do homem pelo homem. Não o interessava verificar que o problema estava, de fato, em sua completa irresponsabilidade. Chegou ao ponto de ser deserdado pela mãe, que recusou pagar suas dívidas certa vez. Foi procurar refúgio em Engels, um rico herdeiro e a maior fonte de renda de Marx, que passava então a viver como pensionista de um rentier. Sua mulher, de família aristocrata, também foi uma fonte de recursos para Marx. Aquele que considerava o trabalho uma exploração, nunca quis muito saber de trabalhar ou de se relacionar com trabalhadores, orgulhava-se da nobre descendência de sua esposa e ainda vivia às custas do dinheiro dos outros. (Rodrigo Constantino, economista, formado pela PUC-RJ e escritor)
http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/05/religio-marxista.html